Você já aprendeu a tocar vários acordes no violão. Acordes nas posições abertas, pestanas, talvez até alguns acordes com 7a e outras tensões. Já entende como montar acordes Mas e agora, qual o próximo passo?
Às vezes menos é mais e eu gostaria de mostrar pra você uma das maneiras que a gente pode potencializar o uso dos acordes básicos que a gente já sabe. E trago uma boa notícia: vamos aprender a soar diferente e expandir nossas possibilidades criativas sem precisar aprender novos desenhos! Basta pegar os acordes básicos que você já conhece e tocar apenas as três primeiras cordas. Nem sempre precisamos tocar todas as notas, especialmente se na banda já tiver um teclado ou mais de um violão ou guitarra. Às vezes três notas são mais que o suficiente. Novamente... às vezes menos é mais!
A idéia aqui é se movimentar de forma horizontal no braço, ou seja, usando esses fragmentos dos desenhos de acordes que já conhecemos em outras posições, os movendo para frente e para trás no braço. Como eu disse,vamos usar apenas as três notas mais agudas de três desenhos de acorde bem familiares: D, F e B (D, E e A se você estudou um pouco de CAGED, mas isso é assunto pra outro artigo).
Primeiro vamos dar uma olhada nos acordes e depois estudar alguns exemplos onde eles aparecem.
Se movermos o acorde de D duas casas para frente temos o E (4a posição). Mais uma e temos o F (5a posição). Mais duas e temos o G (7a posição). Mais duas temos o A (9a posição) e assim por diante.
Se movermos o acorde B uma casa para frente temos o C (3a posição). Mais duas casas e temos o D (5a posição). Mais duas e temos o E (7a posição). Mais uma e temos o F (8a posição). Mais duas temos o G, e assim por diante.
Se movermos o acorde F duas casas para frente temos o G (3a posição). Mais duas casas e temos o A (5a posição). Mais duas e temos o B (7a posição). Mais uma e temos o C (8a posição). Mais duas temos o D (10a posição), e assim por diante.
Segue mais um exemplo do Led Zeppelin. Jimmy Page é mestre em usar esses desenhos de forma melódica. Alex Lifeson do Rush também usa muito esse recurso:
Misturando esses desenhos podemos tocar em regiões diferentes do braço. Assim a gente consegue uma maior variedade de cores e tem mais possibilidades para acompanhar o resto da banda. Podemos até escrever riffs com mudanças de acorde completas, como nos seguintes exemplos:
Ex I: The Song Remains The Same - Led Zeppelin
Ex II: And You And I - Yes
Ex III: Stairway To Heaven - Led Zeppelin
Ex IV: Fly By Night - Rush
Ex III: Across The Universe
Exempo prático:
A seguir, deixo um exemplo para você experimentar livremente. É uma sequência simples de 3 acordes, mas que pode ser tocada usando qualquer uma das posições que acabamos de ver. Para quem quiser, fica como desafio tocar a música inteira!
Ex I: Metamorfose Ambulante - Raul Seixas (F-C-G)
Se acostume com esses desenhos até ficar à vontade com eles. Experimente também tocar outras músicas que você já conhece usando os acordes nessas posições. Na parte 2 deste artigo vamos aplicar esse mesmo conceito, usando os fragmentos dos acordes em outro grupo de cordas. Até lá, boas viagens!
Na parte 1 deste artigo aprendemos a tocar acordes navegando o braço do violão de forma horizontal nas 3 primeiras cordas. Se você não leu a primeira parte de uma olhada lá antes de continuar por aqui!
Agora vamos aplicar o mesmo pensamento de tocar apenas fragmentos dos acordes nos movimentando de forma horizontal no braço em outro grupo de cordas: da 2a até a 4a. Vamos usar os mesmos desenhos de B e F, mas dessa vez vamos substituir o desenho do D pelo C.
Como só vamos tocar as três notas do meio do desenho completo, podemos fazer uma pestana com o dedo indicador! Se movermos o acorde B (pestana na 4a posição) uma casa para frente temos o C (5a posição). Mais duas casas e temos o D (7a posição). Mais duas e temos o E (9a posição). Mais uma e temos o F (10a posição). Mais duas temos o G (12a posição), e assim por diante.
Se movermos o acorde F duas casas para frente temos o G (3a posição). Mais duas casas e temos o A (5a posição). Mais duas e temos o B (7a posição). Mais uma e temos o C (8a posição). Mais duas e temos o D (10) e assim por diante.
Se movermos o acorde C Duas casas para frente temos o D (2a posição). Mais duas casas e temos o E (4a posição). Mais uma e temos o F (5a posição). Mais duas e temos o G (7a posição). Mais duas e temos o A (9a posição), e assim por diante.
O 1° exemplo que vamos ver é bem parecido com “The Song Remains The Same” que vimos no último artigo. O movimento é quase todo feito só mudando o desenho do acorde A braço acima. A música está em 6/8.
Ex 1: Breaking The Girl - RHCP
Esse exemplo introduz um desenho de acorde menor no Bm, que ainda não tínhamos visto. Abaixo vemos duas variações: uma usando o desenho do B e outra o do F.
Ex 2: Whipping Post - The Allman Brothers Band
Army Of Anyone foi um supergrupo dos anos ´00 formado pelos irmãos Robert e Dean DeLeo do Stone Temple Pilots no baixo e guitarra, Richard Patrick, vocalista do Filter e guitarrista do Nine Inch Nails e o baterista Ray Luzier que tocou com David Lee Roth e toca no Korn desde 2007. Esse riff traz ligados com cordas soltas e esbanja o shape do F de forma parecida com o
Ex 3: Leave It - Army Of Anyone
Exempo práticos:
A seguir temos o mesmo exemplo da primeira parte do artigo para você experimentar as novas posições nas cordas 2,3 e 4.. Mais uma vez fica o desafio de tentar tocar a música inteira e experimentar essas inversões em outras músicas que você conhece.
Ex I: Metamorfose Ambulante - Raul Seixas (F-C-G)
Espero que esses exemplos tenham trazido novas possibilidades e ideias para você criar seus arranjos e composições. Existem outros caminhos para expandir as possibilidades de sonoridades com esses desenhos de acordes comuns. Segue aqui o professor Raul dando um bom exemplo disso:
Bons experimentos!